....Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor. Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.
“Sou entre flor e nuvem. Por que havemos de ser unicamente humanos?”
Cecília Meireles
" Quando tu desvendares o mistério da flor,
terás desvendado todo o mistério que existe "
Úrsula Avner
É na simplicidade que se encontra os maiores encantos.
George Santos
Mira-te pelo calendário das flores que são só viço e esquecimento. Desprende-te dos ofícios do dia, apaga os números, os anos e anos, releva a data de teu nascimento. E assim, por tão leve sendo, por tão de ti isento, de uma quase resistência de pluma, abraça o momento, te apruma, leva por bagagem os sonhos e toma carona no vento."
Fernando Campanella
Fernando Campanella
Se sou mais que uma pedra ou uma planta?
Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa
Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa
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