sábado, 31 de dezembro de 2011

Dia... último 2011

Esperança
Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...












sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Penúltimo...

Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Renato Russo




A verdadeira medida do tempo não é o relógio. A verdadeira medida do tempo se chama esperança.
G. Ebling












Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo...
Fernando Pessoa


Há tanto amor guardado na paciência...
Vanessa Leonardi





"Sonhos são pipas, parecem distantes, mas somos nós que dominamos a linha."
Renata Fagundes


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ainda não sei

Fotografia
Desconheço autoria

É como uma fotografia
Um traço do real
Parece, mas nem sempre é
Algo que nunca vai voltar
Um índice icônico
Um ícone indicial
Um símbolo peirciano
Um testemunho irrefutável da existência de certas realidades
Como a fotografia
Sou para nunca mais ser
Nem sempre sou o que pareço
Mas no fundo
Bem no fundo
Se olhar bem
No escuro da minha caixa
(Dos meus olhos)
Vai ver
A existência de certa(s) realidade(s)









quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Na corrida

"O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"
Florbela Espanca





Na lente

Marilyn, Mel, Preta Gil e Lola























A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite,
está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.
Lygia Fagundes Telles